terça-feira, março 08, 2005

De que forma a escola aborda o factor multiculturalidade

Inicialmente esta reflexão era para ser realizada nas escolas onde leccionamos, no presente ano lectivo.
Numa das escolas, como não existem alunos de outras nacionalidades, não foi possível dar continuidade ao trabalho, apesar de ser ter consultado o Projecto Educativo verificando-se que este não contempla tais situações.
Na outra escola existem diversos alunos provenientes de diversos países tais como, Ucrânia, Rússia e França, assim como, da etnia cigana.
Apesar do Projecto Educativo estar a ser reformulado, resolvemos consultar o que ainda se encontra em vigor e verificamos uma situação identifica à primeira escola. Posteriormente, em conversa com a Presidente do Conselho Executivo, soubemos que esses alunos têm dois tipos de apoio distintos: o primeiro, que está contemplado na lei para todos os alunos com dificuldades, são medidas adoptadas pelo conselho de turma e mencionadas no Projecto Curricular de Turma, como por exemplo aulas de Apoio Pedagógico Acrescido, Apoio Individualizado na sala de aula, entre outros; em relação ao segundo tipo de apoio, a escola permite que os alunos de etnia cigana usem as suas instalações para a sua higiene pessoal, uma vez que vivem em situações precárias.
A escola também se preocupou em se adaptar ao "tipo" de vida que os alunos de etnia cigana têm e possibilitou a transferência para uma turma da tarde, de um desses alunos, que estava com o horário da manhã, uma vez que este faltava na maior parte das vezes às primeiras aulas, dando como justificação a ocupação profissional dos pais que o impossibilidade de se deitar cedo.
Contudo, esta alteração proporcionada pela escola não foi aproveitada pelo aluno, já que este continuou a faltar e além disso, começou a provocar distúrbios para a qual foi transferido.
Perante esta situação podemos questionar até que ponto a escola tem que ter em atenção as diferenças culturais dos alunos quando estas implicam alterações no seu funcionamento.
Quanto ao caso dos alunos de outras nacionalidades, em que a língua é distinta, também se questiona a lei em vigor pois são integrados numa turma, frequentando todas as disciplinas como os seus colegas, não percebendo na maior parte das vezes as actividades propostas, uma vez que não dominam a língua portuguesa.
Não seria mais proveitoso serem dispensados de algumas disciplinas por algum tempo e a sua formação incidir sobre a aprendizagem da língua portuguesa?
Pensamos que assim, quando passassem a frequentar as outras disciplinas, o seu aproveitamento seria muito mais rentável.

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