quinta-feira, dezembro 02, 2004

Mais sobre TIC

Era uso, há uns dez, quinze anos, falar-se em “novas tecnologias” a propósito do uso de computadores. Hoje, é menos natural porque de “novas” têm já pouco… envelheceram. Daí o acrónimo TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação), tradução de ICT (Information and Communication Technologies).

A educação sempre necessitou de tecnologias de comunicação: afinal, quando um professor se dirige aos seus alunos usa uma tecnologia simples, sempre pronta, a fala… Quando escreve, seja numa ardósia, numa transparência de retroprojector ou numa apresentação em PowerPoint usa tecnologias diversas de escrita. A rádio, a televisão, foram e são ainda tecnologias educacionalmente importantes.

Mas na verdade só com a era digital se deu uma revolução sem paralelo, uma revolução continuada, em que de dia para dia surgem novos aperfeiçoamentos.

Eu costumo dizer que a escola foi capaz de ignorar tecnologias importantes, que prometeram muito e foram muito ignoradas (caso da televisão, que apesar de ter sido e ainda ser utilizada nunca foi devidamente explorada), mas não vai ser capaz de ignorar os computadores.

Muitas vezes, penso que a maior parte dos professores ainda não se deu conta desta mudança fundamental no que diz respeito à informação e na escola continua a pensar que a sua função é apenas transmitir conhecimentos. Ora (e isso foi dito pela Sara) uma criança chega hoje à escola com mais conhecimentos do que no passado, dada a exposição que tem à informação com que é bombardeada todos os dias. Claro que o currículo escolar prevê – normalmente – um conjunto de matérias que podem estar fora desses conhecimentos e que podem ser necessários para a formação dos alunos.

Mas o importante é que o ambiente mudou: ontem, os alunos iam para a escola e viam no professor aquele que sabia; hoje, eles têm dúzias de “professores”.

A mudança implica, portanto, que a escola se acomode (no bom sentido) ao tal novo ambiente e use a sua influência num campo essencial: a aquisição da informação e a sua transformação em conhecimento. Estarão os professores preparados para isso? Na verdade, a maioria não está – e não só aqui em Portugal. Mesmo nos Estados Unidos, onde o convívio com os computadores já existia em pleno nos anos 80 do século passado, ainda há muitas resistências e muito ensino tradicional.

Mas já existem muitas experiências interessantes. Aconselho-os a visitar o site do Nónio onde poderão “navegar” e ter uma ideia do que se vai fazendo nas nossas escolas.

Bom, amanhã continuaremos a nossa conversa ao vivo…

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