quarta-feira, novembro 23, 2005

Crianças Índigo: Que Escola? Que Currículo?

Uma criança Índigo apresenta um novo e invulgar conjunto de atributos psicológicos e mostra um padrão de comportamento que a Ciência já reconhece mas com timidez. Este padrão tem factores comuns e próprios e ignorar estes padrões é favorecer o desequilíbrio e a frustração na mente destas crianças.
As crianças Índigo caracterizam-se, por entre outros factores:
- um sentimento de realeza e frequentemente agem desta forma;
- um sentimento de “merecer estar aqui”;
- dificuldades com a autoridade absoluta sem explicações e escolha;
- frustração com sistemas ritualmente orientados e que não necessitam de pensamento criativo;
- parecem anti-sociais, a não ser que estejam com outras crianças do seu tipo.
As crianças Índigo identificam-se pela sua alta sensibilidade, excessivo montante de energia, distracção com facilidade ou baixo poder de concentração, requerem estabilidade emocional e segurança à sua volta, resistem à autoridade se não for democraticamente orientada, têm grandes ideias mas se o objectivo final for comprometido surge a frustração facilmente. Possuem uma sensibilidade apurada para temas pouco comuns para crianças, uma consciência social e ecológica muito apurada, por serem sensitivos, intuitivos, dotados, segundo alguns autores, da chamada inteligência espiritual. São frequentemente titulados como tendo ADD (Attention Deficit Disorder) ou alguma forma de hiperactividade e, em muitos casos, são tratados com psicotrópicos quando deveriam ser tratados de outra forma.

Que Escola? Que Currículo?

Estas crianças estão aqui para nos ajudar a transformar o mundo. Precisamos de aprender com elas; devemos escutá-las e observá-las para podermos interagir, adequadamente, respeitando-as, ajudando-as a criar as suas próprias soluções disciplinadas. Devemos explicar sempre o porquê das nossas instruções sem ordens autoritárias e ditatoriais. A relação com estas crianças deve assentar na parceria e evitar críticas negativas. As crianças Índigo são abertas e honestas e reside aqui a sua maior força; é assim que devemos também ser com elas. As nossas mensagens devem conter mais prazer do que dor; serem baseadas no amor e não no medo. Pais, professores e orientadores devem estar aptos para definir limites claros, mas flexíveis para mudar e ajustar esses limites quando necessário, baseados no conceito emocional e mental.
Estas crianças possuem uma estrutura cerebral capaz de fazer uso, simultâneo, das potencialidades dos dois hemisférios: direito e esquerdo, o que significa que «conseguem ir muito mais além do plano racional e intelectual, desenvolvendo capacidades espaciais, intuitivas, criativas e espirituais», ou seja, são especialmente «inteligentes, sensitivas, intuitivas, criativas e perceptivas e com tendência hiperactiva», além de compreenderem «facilmente as leis universais e possuírem uma memória privilegiada» (Tereza Guerra, J. N., Novembro, 2005).
O fenómeno Índigo assumiu grande visibilidade, na década de 90 do século anterior, depois da publicação de uma obra de Lee Caroll e J. Tober. Desde então, muitos estudos têm sido realizados e vários livros e artigos publicados na imprensa chamaram a atenção de pais e educadores para esta nova geração de crianças nascidas sob o signo da Nova Era. Tereza Guerra escreveu dois livros: “Crianças Índigo” e “O poder Índigo – autoconsciência índigo para jovens e adultos”, que será lançado no próximo sábado em Lisboa, acredita que, actualmente, 90% das crianças que nascem são portadoras de características Índigo. (Informações www.casa-indigo.com.)
Será que no currículo da Escola da Nova Era não estará implícita uma dose elevadíssima de cultura invisível?


Referências:

http:// na_mao_do_homem.com
Jornal de Notícias, Novembro, 2005

5 comentários:

AntonioPacheco disse...

Ana,a problemática é recente e de facto a produção literária neste campo, que eu conheça, não é muita. Seria interessante e muito benéfico conseguir os livros que cito da Tereza Guerra... e outros...

Delfim, obrigado! E obrigado a todos porque aqui, no blog, todos temos dado muitas prendas uns aos outros, e, com certeza, continuaremos a dar no futuro.
De facto reconheço, também, muitas das características relacionadas com as crianças Índigo nos meus alunos e outras crianças de hoje.

AntonioPacheco disse...

Margarida, quando se conhece os alunos só no final de período, é mau sinal. Não podemos exercer as nossas funções devidamente se, efectivamente, não soubermos que tipo de alunos temos em mão.
Eu penso que somos todos culpados e precisamos urgentemente ilibar a nossa culpa.

Anónimo disse...

Olá.

Apesar deste post já ter algum tempo, só agora o descobri. Sou uma mãe dum aluno de 10 anos e confesso que estou emocionada ao ler este post, e explico: o meu filho tem estas características,e ao entrar para o 2º ciclo, este ano, tem-se deparado com imensas dificuldades, pois tem um corpo docente extremanete rigido. Só reage quando a empatia do professor é genuína, ou seja, tentarem "levá-lo" através da manipulação, autoritarismo, medo, punições ( como infelizmente têm feito), só faz com que se rebele e desmotive. Tem sido incompreendido e neste momento, um garoto que foi dos melhores alunos da primária, está com mais negativas que positivas. Emocionei-me por ter encontrado um blog onde se reunem professores a discutir este tema..e tantos...é raro! Nem precisamos de lhes chamar índigos, precisamos de rever o paradigma educacional e ver que estes alunos(estas crianças), reagem bem e produzem acima da média se se sentirem acolhidos, respeitados nas suas diferenças, se forem tratados com amor!

Neste momento sei que tenho de tirar o meu filho da escola onde está, mas estou aflita, pois sei que para qualquer outra para onde ele vá, terá 10 professores e tudo depende da sensibilidade das pessoas. O problema é que o paradigma educacional continua a ser o mesmo. Pela minha experiência, como encarregada de educação, os professores em geral reagem mal quando lhes tento dizer quem ele é e como chegar a ele...não aceitam ouvir, não aceitam APRENDER. E a seguir punem-no, pois interpretam "se a mãe não o pune, punimos nós!" Não falo de atitudes da parte dele de falta de educação, as queixas são que se dispersa muito, fala muito, não está atento nas tarefas e respondeu à Directora de turma dizendo "a professora nunca vê o que faço bem, só o que faço mal"....falta de comportamento, na hora!
Estou muito preocupada,e infelizmente ele não é o unico...e não existem alternativas que eu conheça.Não memoriza, quer reflectir sobre as coisas, quer SABER, e quer a oportunidade de mostrar que é capaz de produzir, quer que o vejam como ele é. Infelizmente, essa oportunidade não lhe é dada.

Um abraço a todos vós, de GRATIDÃO, por existirem na vida das crianças que convosco se cruzam.

Cândido M. Varela de Freitas disse...

Prezada Mãe:

Foi com surpresa que me caíu na caixa de correio, como administrador do blog (na prática, desactivado há muito) o seu comentário. A surpresa transformou-se em emoção, a emoção de um professor que com os seus alunos conviveu um excelente tempo de aprendizagem mútua que espera tenha feito deles (de mim pouco posso falar, porque entretanto fui apanhado pelo limite de idade de fiquei fora do prazo de validade...) melhores professores, porque terão aprendido a ser melhores pessoas. Acredite que há muitos professores em Portugal que sabem ser professores - mas como em todas as profissões, há também quem não seja bom profissional.
De qualquer modo, agradeço as suas palavras - que procurei transmitir a todo o grupo dos meus ex-alunos.
O melhor para o seu filho - ele acabará por encontrar quemm o compreenda.

Anónimo disse...

Sr. Professor Varela de Freitas,

só hoje voltei aqui. Agradeço a sua resposta ao meu comentário, agrdeço o facto de na verdade me ter "ouvido".

Sei que existem bons professores, eu mesma tive alguns, e o meu filho teve uma excelente professora na primária.

É questão da sensibilidade de cada um de nós...pessoas.

Muito grata por transmitir o meu desabafo ao grupo dos seus ex-alunos, pois sou apenas uma mãe de um aluno entre tantos que passam pelo mesmo.

Um abraço

Maria Almeida