Ainda em referência às reflexões do grupo Assunção-Isabel-João Paulo-Sara, uma palavra mais sobre a mudança… Depois dos anos 90 do século passado, muito se tem escrito sobre mudança nos sistemas educativos, e creio que muitos acreditaram – e acreditam – que a mudança é a única via para que a educação cumpra o seu papel. A par de mudança, outro termo se introduziu no vocabulário pedagógico com o seu quê de mágico – inovação. Será interessante agendar uma discussão sobre estes dois termos e o que podem representar em termos culturais para o currículo.
Há um autor que aprecio muito, Michael Fullan, professor no Ontario Institute for Studies in Education da Universidade de Toronto, no Canadá, que tem publicado extensamente sobre o tema mudança. (Acedam aqui a uma entrevista recente que ele concedeu ao Journal of Staff Development)
Poderão encontrar na nossa biblioteca livros de sua autoria como The New Meaning of Educational Change ou Change Forces: Probing the Depths of Educational Reform. Pena não existir um dos mais recentes, Leading in a Culture of Change.
Fullan reconhece sempre que a escola, como instituição, e os professores em especial, têm dificuldades em mudar, mesmo quando as condições objectivas se alteram.
Curiosamente, hoje mesmo, ao visitar o blog Abrupto, do político José Pacheco Pereira, deparei com estes parágrafos:
LER, ESCREVER, CONTAR E VER TELEVISÃO
O que a escola deve ensinar hoje.
(Contraditório: que a escola não pode ensinar-nos hoje, porque a escola mais eficaz já é a televisão, e a televisão não tem espessura para se ver a si própria.)
Ou, mais exactamente, ler, escrever, contar e saber ler/ver o fluxo digital que nos chega por vários média (televisão, CDs, rádio, Internet) e que no futuro nos chegará de forma integrada numa nova forma de Internet, que terá tudo: música, imagem, televisão, interactividade, jogos.E que estará perto de nós. Que estará muito perto de nós: nas paredes da casa, na roupa, no corpo.
Querem exemplo mais claro da necessidade de mudança?
Querem exemplo mais claro da necessidade de mudança?
Por aqui me fico, amanhã discutiremos estes e outros pontos na nossa sessão presencial.
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