A vossa apreciação do texto de Carlos Cardoso referencia uma série importante de problemas que têm sido centrais na discussão teórica sobre o currículo. O primeiro, que radica em concepções marxistas claramente assumidas, sustenta que o currículo acaba sempre por reproduzir as desigualdades sociais. Dois autores franceses, Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, têm um livro já clássico que intitularam La reproduction: Eléments d'une théorie du système d'enseignement (Ed. de Minuit, 1970). Segundo estes autores, os professores, mesmo inconscientemente, mesmo não desejando, acabariam por ser instrumentos de uma “violência simbólica” que tenderia a favorecer os mais bem instalados na vida e a prejudicar os oprimidos.
Há uma tradução em português deste livro (existe pelo menos um exemplar na Biblioteca da UM – Abade da Loureira); mas há vários exemplares na língua original e na Biblioteca do IEC uma tradução espanhola.
A visão muito politizada do currículo não deixa de ter razão. Por muito que se possa discordar, toda a educação tem um fundo político. Contudo, não pode deixar de se reconhecer que ao longo do tempo a educação tem tido como efeito promoções sociais significativas, que são mais visíveis quando toda estrutura da sociedade tende para uma igualização de facto.
Por vezes, tende a pensar-se que em educação deve funcionar o princípio da “discriminação positiva”, que teria como efeito conceder aos mais desfavorecidos condições de excepção para superarem as suas dificuldades (como por exemplo, no acesso ao ensino superior, a selecção poder ser menos exigente para alunos com handicaps a fim de permitir a continuação nos estudos, instituindo um sistema de quotas).
(Sobre este ponto, podem ler, aqui, um texto publicado em Educational Horizons, em 1995).
Um outro problema que levantaram e que foi muito popular no final dos anos 60 do século XX é o das expectativas dos professores e do que elas podem representar para a aprendizagem dos estudantes. Não sei se já ouviram falar da experiência que é conhecida como “Pigmaleão na Escola”. Têm, aqui, um pequeno texto introdutório.
Mas há um livro em português (Professores e Alunos Pigmaleões, de J. H. Barros de Oliveira, Edição da Livraria Almedina). Há vários exemplares nas Bibliotecas da UM, incluindo na do IEC.
Continuarei a analisar o vosso texto; penso que para já há matéria suficiente para poderem mais tarde aprofundar a discussão.
Há uma tradução em português deste livro (existe pelo menos um exemplar na Biblioteca da UM – Abade da Loureira); mas há vários exemplares na língua original e na Biblioteca do IEC uma tradução espanhola.
A visão muito politizada do currículo não deixa de ter razão. Por muito que se possa discordar, toda a educação tem um fundo político. Contudo, não pode deixar de se reconhecer que ao longo do tempo a educação tem tido como efeito promoções sociais significativas, que são mais visíveis quando toda estrutura da sociedade tende para uma igualização de facto.
Por vezes, tende a pensar-se que em educação deve funcionar o princípio da “discriminação positiva”, que teria como efeito conceder aos mais desfavorecidos condições de excepção para superarem as suas dificuldades (como por exemplo, no acesso ao ensino superior, a selecção poder ser menos exigente para alunos com handicaps a fim de permitir a continuação nos estudos, instituindo um sistema de quotas).
(Sobre este ponto, podem ler, aqui, um texto publicado em Educational Horizons, em 1995).
Um outro problema que levantaram e que foi muito popular no final dos anos 60 do século XX é o das expectativas dos professores e do que elas podem representar para a aprendizagem dos estudantes. Não sei se já ouviram falar da experiência que é conhecida como “Pigmaleão na Escola”. Têm, aqui, um pequeno texto introdutório.
Mas há um livro em português (Professores e Alunos Pigmaleões, de J. H. Barros de Oliveira, Edição da Livraria Almedina). Há vários exemplares nas Bibliotecas da UM, incluindo na do IEC.
Continuarei a analisar o vosso texto; penso que para já há matéria suficiente para poderem mais tarde aprofundar a discussão.
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